Nessa postagem de hoje abordaremos os principais conceitos de Orçamento de
Despesas Gerais destacadas no do Livro do Padoveze.
Cabe ressaltar que está é a etapa é uma das mais trabalhosa da elaboração do orçamento, pois é necessário uma peça orçamentária para cada setor da empresa, a cargo de um responsável. Um dos fundamentos da Contabilidade por responsabilidade que deve ser incorporado ao orçamento de despesas gerais é que não existem custos não-controláveis em um empreendimento.
ASPECTOS GERIAS DO ORÇAMENTO DE DESPESAS
Diversos aspectos devem ser observados para a elaboração desta etapa do orçamento, dos quais apresentamos, entre outros, os principais e mais importantes.
ORGANOGRAMA EMPRESARIAL E DEPARTAMENTALIZAÇÃO
O orçamento segue a hierarquia da empresa e o critério mais utilizado para estruturar o sistema de informação contábil orçamentário para incorporar as informações é a departamentalização. Consiste em identificar as menores áreas de responsabilidade, que contém o menor nível de decisão e, portanto, grau de responsabilidade sobre controle, dentro do conceito de centro de custo ou centro de despesa.
ACCOUTABILITY E CUSTOS CONTROLÁVEIS
Nessa etapa é importante que responsável, no menor nível de decisão, tenha o seu próprio orçamento. O fundamento dessa responsabilidade é o conceito de custos controláveis, ou seja, devemos orçar para cada centro de custo (setor, departamento) unicamente os custos gerenciados e controlados pelo responsável pelo centro de custo.
O conceito de custos controláveis depende de um ponto de referência,fundamentado pela contabilidade por responsabilidade. Não existem custos não controláveis para a entidade.
Accountability é a responsabilidade do gestor de prestar contas de seus atos ou a obrigação de reportar os resultados obtidos.
RATEIO NO ORÇAMENTO DE DESPESAS DEPARTAMENTAIS
Algumas despesas são de consumo comum pois atendem vários setores ou centros de custos. Como exemplo, gastos com conservação e limpeza dos edifícios que atingem, também, áreas sem chefia, como corredores e áreas de circulação. Esse são pagos por contrato e atendem toda a empresa ou unidade de negócio.
O rateio desses gastos não é recomendado sob o conceito de accountability. Deve-se sempre orçar a despesa no centro de custo do responsável pela gestão do gasto.
ORÇAMENTO POR ATIVIDADES
As empresas que utilizam o Custeio ABC para os custos devem utilizar o mesmo método para os processos orçamentários. Cada atividade relevante, em que se baseará posteriormente o Custeio ABC, deve ter seus gastos separados em peças orçamentárias, que incluirá a quantidade esperada de cada direcionador de custo da atividade.
CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DOS GASTOS
Cada despesa deve ser orçada segundo duas características comportamentais. Geralmente são custos e despesas fixas e custos e despesas variáveis.
O ponto-chave na orçamentação das despesas é analisar e detectar seu comportamento, incluindo as variáveis e depois criar uma base de dados para calcular os valores futurosa serem considerados no plano orçamentário em cada centro de custos.
A classificação tradicional para análise do comportamento dos gastos em relação a alguma atividade é a sua separação em custos e despesas fixas e custos e despesas variáveis.
CUSTOS FIXOS COMPROMETIDOS
São os custos ligados intrinsecamente à utilização de um parque fabril ou comercial são os gastos para manter a fábrica ou as vendas em operação. Aluguéis de imóveis operacionais, prestação de arrendamento mercantil de equipamentos, taxas de funcionamento, gastos com associações de classe, contratos de manutenção e conservação de imóveis e edifícios.
CUSTOS FIXOS DISCRICIONÁRIOS
São os gastos administrados e podem ser alterados, dependendo da dotação orçamentária anual e que podem ser evitados ou minimizados. Despesas com publicidade e propaganda, contratos de assessoria e consultoria, benefícios sociais a empregados, doações e subvenções, despesas com treinamento de pessoal.
CUSTOS VARIÁVEIS
Quando o custo tem relação direta e proporcional com o volume de produção, venda ou outra atividade. Materiais diretos e comissões sobre vendas.
CUSTOS SEMIVARIÁVEIS
Custo que tem sua variação diferente da proporção do volume produzido. Gastos com ferramentas, dispositivos, manutenção, materiais auxiliares, materiais de escritório. Por exemplo, dado um aumento de produção, o custo aumentar, mas não o mesmo percentual do aumento do volume, ele será um custo semivariável.
CUSTOS SEMIFIXOS
A diferença do semifixo para o semivariável é que o segundo parte do valor zero, ou seja, se não houver produção ou venda, é possível que não haja gasto. Já o custo semifixo sempre apresentará o gasto da parte fixa. Têm uma parcela fixa e uma parcela que varia com a produção. Despesas com telefone, energia elétrica, água e esgoto, contratos de consumação mínima são exemplos desse caso.
CUSTOS ESTRUTURADOS
Quando há variação em relação ao elemento sob o qual é estruturado ou ligado, e é a causa de seu valor maior ou menor. Despesas de viagens relacionadas com a quantidade de vendedores, assistentes técnicos e compradores, despesas de consulta a entidades de proteção ao crédito, que estão relacionadas com os pedidos de venda e análise de crédito a serem efetuados, despesa de cobrança com duplicatas são estruturadas em relação à quantidade de duplicatas emitidas.
DESPESAS A SEREM ORÇADAS
Cada departamento deverá haver uma peça orçamentaria que compreenda as despesas de sua responsabilidade e administração. São quatro grupos de despesa: mão-de-obra direta e mão-de-obra; consumo de materiais indiretos; despesas gerais departamentais; depreciações e amortizações departamentais.
MÃO-DE-OBRA
Remuneração paga aos funcionários e os encargos sociais incidentes. Salários, horas extras, prêmios de venda, prêmios de produção, adicionais legais. Encargos legais, férias, décimo terceiro salário, assistência médica, alimentação, transporte de funcionários, plano de aposentadoria.
DADOS QUANTITATIVOS
Número de funcionários por centro de custo, direitos e indiretos; horas a serem trabalhadas por centro de custo, diretas e indiretas.
CONSUMO DE MATERIAIS INDIRETOS
Materiais auxiliares, ferramental e dispositivos, combustíveis, lubrificantes, material de manutenção, material de conservação e limpeza, materiais de segurança do trabalho, material de expediente, material de escritório.
DESPESAS GERAIS DOS DEPARTAMENTOS
São as demais despesas de consumo dos centros de custos ou atividades, conforme o plano de contas utilizado pela empresa. As mais comuns são: energia elétrica; telecomunicações e comunicações; despesas de viagens, estadias e refeições; gastos com consumo de água e esgoto; publicidade, propaganda, brindes, anúncios, publicações; comissões sobre vendas; aluguéis e arrendamento mercantil; fretes e carretos de venda; outros fretes e carretos não incorporados ao custo dos materiais; seguros de todos os tipos; serviços terceirizados; outros serviços de terceiros não incorporados ao custo dos materiais; consultoria, assessoria, auditoria externa; despesas legais; serviços autônomos.
DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES
No orçamento, deve-se colocar os bens e direitos já existentes e os que serão adquiridos durante o exercício orçamentário e decorrente do orçamento de investimentos.
PREMISSAS E DADOS BASE
Metodologia muito válida no processo orçamentário das despesas é a construção de um conjunto de premissas para validar o processo de orçamentação das principais despesas de forma genérica.
PREMISSAS PARA O ORÇAMENTO DE DESPESAS
Construídas com base no cenário conjuntural adotado pela empresa, com análise de ambientes e cenários. Servem para delinear as demais premissas específicas de cada área. Elaboração de premissas antecede processo de cálculo das despesas a serem orçadas, por isso a importância de serem divulgadas de forma transparente e direta para todos os envolvidos.
Principais formas: painel de aumentos periódicos, correção de preços (indexação), ajustes em relação aos dados-base, percentuais relativos a sazonalidades, valores-base para serem referenciais para cálculos futuros.
ELABORAÇÃO DOS DADOS-BASE
São os dados do passado, percentuais a serem aplicados em outros valores, dados das premissas gerais já estabelecidas, dados já conhecidos para o próximo exercício.
Convém preparar um conjunto de dados que oriente a elaboração de cada peça orçamentária de cada centro de custo, aos quais denomina-se de dados base. Essas dados incluem:
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dados e informações do passado;
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dados percentuais já conhecidos a serem aplicados em outros valores a serem orçamentados;
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dados das premissas gerais já estabelecidas;
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dados já conhecidos para o próximo exercício (novos salários, quantidade de pessoas, etc).